“Já torci para meu time perder”, diz diretor ao lembrar crises no futsal do PI


03/12/2025

(Foto: Reprodução/redes sociais)

Por Iamercia Rocha • Teresina | PI

A conquista do Campeonato Brasileiro de Futsal pelo Atlético Piauiense não mudou apenas o patamar do clube, mudou também o significado da modalidade para quem dedicou a vida inteira a ela. É o caso de Rodrigo Batista, atual diretor de futsal do CAP, filho do lendário professor Monte, campeão piauiense adulto em 1989 pela AABB e figura conhecida na história do futsal no estado.

Rodrigo trabalha com futsal há anos. Passou por AABB/Mesa 14, viveu os anos mais difíceis da modalidade no Piauí, enfrentou falta de recursos, falta de visibilidade e, muitas vezes, encarou situações que hoje ele próprio relembra com emoção, e um certo alívio por ter superado.

“Algumas vezes eu levava um time para a Copa do Nordeste, por exemplo, e torcia para o time perder porque eu não conseguiria botar eles em hotéis na semifinal. Então é orgulho, é sentimento. Eu estou muito feliz”, revelou Rodrigo, emocionado.

a voz embargada, ele dedicou o título ao pai, professor Monte, referência e inspiração de quem o introduziu no esporte ainda na infância.

“Meu sangue do futsal vem de berço, do meu pai. Então eu dedico esse título a ele, que me ensinou muito sobre o futsal, sobre o esporte, por amar esse esporte. Hoje a gente está com esse título brasileiro, um título incrível para o Piauí”.

Rodrigo também destacou a transformação causada pelo Atlético em menos de dois anos. Um estado que não tinha equipe chegando no topo no cenário nacional voltou a viver o Verdão cheio, algo que, até então, só tinha acontecido há mais de 30 anos, com o time tradicional da capital, Onix Futsal.

“Meu pai falava muito do Onix, que foi o último time que lotou esse ginásio. E agora as pessoas vão falar do Atlético Piauiense. Ver as pessoas vestindo a camisa, torcendo, chorando pelo Atlético Piauiense foi muito emocionante para mim que já venho com esse futsal há muitos anos.”

 

Supercopa, Libertadores e novos sonhos

Com o título nacional, o CAP garantiu vaga na Supercopa do Brasil, competição que vale acesso direto à Copa Libertadores de Futsal.

E Rodrigo, que já sonhou o improvável uma vez, não pretende parar:

“Eu sonhei com esse título brasileiro. Por que não sonhar com a Supercopa? Por que não sonhar com a Libertadores? Representar o Piauí internacionalmente? Eu sou sonhador. Vai dar certo.”